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sábado, 22 de outubro de 2016

Aula de Parkour no FIDES

Parkour: Origem e aplicação


O Parkour, como método, foi desenvolvido na França durante a década de 1980, baseado no Método Natural e no Parcours du Combattant, que tem sido usado como base para treinamento militar. (LEITE et al., 2011)
O Método Natural (MN) partiu da observação dos gestos apresentados por tribos africanas, ao lutar, correr e caçar, utilizando o próprio corpo, como seus ancestrais faziam. Foi então que Hérbert, contrariando os métodos de ginástica preconizados no seu tempo, formatou esse novo sistema, no qual o indivíduo imita os movimentos utilizados para o deslocamento no meio ambiente, tais como em árvores, pedras e locais mais baixos que exigem o uso de quatro apoios, carregar objetos, agarrar-se em algo, ou rastejar-se (STRAMANDINOLI et al, 2012).
Em questão filosófica, o MN institui como base “Ser forte para ser útil.” (“Etre fort pour être utile”), que para seu criador, Georges Hébert, tinha em seu sentido necessidade do desenvolvimento completo (físico) e útil, onde todas as características obtidas com o ganho motor, moral e viril pudessem ser representadas no dia a dia.
A imagem de praticantes de Parkour vem mudando com os anos, passando de jovens a margem da sociedade e vândalos, para seu real posto que é o de atletas e ativos praticantes do altruísmo, e do autoconhecimento.
O posicionamento de uma subcultura é adequado na descrição do Parkour pois como foi dito por Carvalho R.G. e Luiza A. “apesar do conceito de subcultura ser, atualmente, algo problemático no estudo da juventude, pode ser uma ferramenta conceptual útil em contextos como o desporto, onde a pertença subcultural não se restringe a grupos ‘juvenis’.
Dentro da área da atividade de aventura são poucos os temas abordados com o formato de workshop, por conta de sua complexidade e ,muitas vezes, por falta de materiais ou locais adequados para a prática. Aos que são adequáveis as limitações de locais menores e com a necessidade de poucos materiais, encontramos o Parkour .Uma opção ideal para o desenvolvimento motor, social e filosófico muitas vezes procurado por escolas entre outras entidades educacionais.
A função de um workshop é, compor em um formato diferenciado, uma “oficina” cultural, filosófica e de melhorias tanto motoras quanto psicológicas, fugindo de um “background” comum de trabalho ou estudo. Existem milhares de temas para o desenvolvimento de workshop, inúmeras áreas se utilizam de seu formato para uma “aula” com uma feição de veras diferenciada.
Instituir uma base para guiar a junção de Workshop e Parkour é simples comparado a dificuldade do teste de sua aplicabilidade em diferentes áreas e zonas de São Paulo. No entanto, existe uma grande aceitação por conta de publico geral quando o tema Parkour é a discussão. Por conta de ser uma pratica ,relativamente, nova no Brasil, a curiosidade por conta de novos conhecimentos motores chama a atenção e agrada uma grande maioria das pessoas.
Estrutura de aula

Divisões:
Podemos dividir as estruturas de aula de Parkour por idade. Para crianças (8 a 12) existe a necessidade de agregar os valores e a filosofia de forma, quase que, teórica, para que assim depois consigamos trabalhar os movimentos. Caso contrário a prática seria apenas mais uma ginástica funcional. E aos interessados, com idade inferior aos 8 anos, devemos aumentar os cuidados, por conta, principalmente, dos fatores : coordenação motora, nem sempre tão dominado e compreensão das próprias dificuldades. Sendo assim necessária uma turma especifica na maioria dos casos ( de 6 a 8).

A partir do início da adolescência até (dos 13 aos 16) existe a facilidade de integrar os princípios a prática em tempo real. Durante exercícios é possível comparar situações e dessas situações tirar lições validas para a vida.
Depois dos 16 anos a praticas vai buscar o lado lúdico para atrair a atenção da formação adulta ao seu lado infantil. Relembrando que os movimentos naturais fazem parte do nosso repertorio, porém esquecido, gracas a enumeras normas sociais.
Em resumo, o Parkour funciona como uma ferramenta de interação interpessoal e intrapessoal, nos colocando em contato com outras pessoas (que por vezes tem, ou não, as mesmas dificuldades que as nossas) e com nos mesmos.
Composição do tempo de aula

Kid's ( 6-8 e 8-12).
1hora de aula
15 min (Alongamento , Aquecimento e Reconhecimento de Pico* [spot] e explicações do treino)
10 min (Brincadeira ou Treino físico básico)
20 min (Treino técnico [uma ou duas técnicas] e Desafios)
15 min (Volta a calma e Alongamento. Conversa sobre o que foi aprendido.)

Teen's (12 – 16)
1h10min
15 min (Alongamento , Aquecimento e Reconhecimento de Pico* [spot] e explicações do treino)
10 min (Brincadeira ou Treino físico básico)
30 min (Treino técnico [uma ou duas técnicas] e Desafios)
15 min (Volta a calma e Alongamento. Conversa sobre o que foi aprendido.)

Advance (16 - …)
1h10min
15 min (Alongamento , Aquecimento e Reconhecimento de Pico* [spot] e explicações do treino)
10 min (Brincadeira ou Treino físico básico)
30 min (Treino técnico [uma ou duas técnicas] e Desafios)
15 min (Volta a calma e Alongamento. Conversa sobre o que foi aprendido.)


Apesar de todos os planejamentos serem semelhantes, as propostas de movimentos são gradualmente mais difíceis. Isso faz com quem, um iniciante consiga estar no mesmo treino de um avançado. Todos temos como desfazer e refazer um movimento difícil de uma maneira mais fácil.

A dificuldade do Parkour está em 2 pontos:

-Física: Exaustão por repetição, distancia e altura.

-Psicológica: Velocidade de assimilação da técnica( tanto para iniciantes quanto avançados) e medo.



Autor

Leandro “Down” Fernandes é praticante de Parkour desde 2009 e acrobata desdo ano seguinte. Praticante de kung-fu por 10 anos. Trabalhou como Dublê, assistente técnico de Ginastica Artística, além de organizar, coreografar e apresentar shows e workshop com Parkour , Circo e Acrobacia. Professor e preparador físico de Escalada Esportiva. Professor por 2 anos no primeiro centro de treinamento especializado em Parkour do Brasil (Tracer Parkour).

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